Drácula, herói e monstro.
11:03Música do dia: This life and the next
Não pense separadamente nesta e na próxima vida, pois uma dá para a outra a partida. — Rumi (poema Life after death) - Drácula a história nunca contada.
Agora sobre as guerras, nada a declarar, porque vi algumas coisas muito sem noção, mas que nem por isso estragaram o filme, só se distrair com o que o filme propõem e não focar nos detalhes lógicos e estratégicos de batalha que seriam um pouco óbvios... O que não sai da minha cabeça é... Se queriam tanto se vingar, e matar todos, por que vão mais de 1000 homens em cima de 1 único - que até então eles acha ser normal ? Sério, eles ficam ao redor dele, esperando a vez de serem liquidados praticamente, ninguém se move, ninguém avança sobre os domínios de Vlad, ou para a população, onde foi parar a estratégia nesses dois primeiros enfrentamentos? Não se deveria perder tempo quando se quer algo, conquistar algo, a vingança e o orgulho não andam sempre juntos com a paciência...
O filme tem em si as emoções e sentimentos muito bem marcados, e o poder que isso tem, tanto nas promessas, na vontade de viver e na morte, nas decisões... Mostram o quão difícil é escolher, e que todo mundo deveria saber lidar melhor com isso, se dedicando a, e que só assim as perdas seriam menores e suas dores também. Tem aquele conflito clichê entre o racional e o emocional, que são permeados e influenciados por tantas variáveis, que é um risco julgar de cara, os motivos são tantos e são tão interpretáveis, que de certa forma é até injusto não analisar para tirar qualquer conclusão; não é o tipo de conflito fácil de resolver muitas vezes, leva um bom tempo e aprendizagem, além de uma dose de intuição, para se tornar sensível a percepção de qual lado da moeda usar em determinada situação.
Os personagens em si tem uma força incontestável, uma representação marcante como a igreja, o povo, a nobreza, a pureza, a coragem, os monstros que nos habitam, o medo que nos circunda, a consciência de Vlad, que logo mais digo quem o é... Eles foram estruturados de tal forma que guiam a narração muito bem, eles se sustentam sozinhos e não se ofuscam, cada qual sabe a hora de se destacar.
O príncipe Vlad tem uma história de vida uma pouco trágica, por causa dos interesses turcos nas guerras e sua sede de domínio e conquista. Ele, como outras milhares de crianças, foram dados pelos pais e reis aos turcos para que se evitasse uma guerra em seus locais, o pai de Vlad fez isso; e com isso crianças desde muito jovens eram maltratadas e treinadas unicamente para serem excelentes guerreiros e matar sem pensar duas vezes. Depois de muito tempo e sendo perfeito no que lhe era esperado, Vlad vê o rastro de mortos e desiste desse caminho, ele volta a Transilvânia e se torna príncipe, governando por 10 anos em paz, constitui uma família (mulher e filho - Mirena (Sarah Gadon) e (Art Parkinson) como o filho lindinho deles). Porém como nem tudo são flores, o rei Mehmed (antigo amigo de Vlad, e um de seus admiradores) resolve querem mais do que impostos, e retoma a prática antiga de seu pai de exigir as 100 crianças, e Vlad não aceita - mesmo porque seu filho estaria condenado ao que ele passou- declarando assim guerra a eles. Porém por serem um povo de paz, com um "exército" incapaz de combater os turcos que são os mais temidos na arte da guerra, quais seriam as chances?
No desespero e no auge do último pingo de esperança, Vlad recorre ao ser das trevas que conhece no início do filme, o monstro (Charles Dance) sem contar a ninguém, depois de saber pelo monge que o mal estava dentro dele e da profecia. Ele não via saída para vencer a guerra e poupar as crianças senão essa. Ao beber de seu sangue e fazer o pacto, Vlad se torna um vampiro com forças e poderes sobrehumanos, capaz de vencer 1000 homens sozinhos, controlar todos os elementos da noite, frágil a luz do dia, tendo apenas 3 dias para resolver a situação, pois em 3 dias se ele não se alimentasse tudo voltaria ao normal, e se caso o fizesse, seria imortal e um eterno vampiro. O monstro lhe explica sua história, e diz que ele é quem o iria libertá-lo da maldição e do engano que sofreu, e que assim sendo, ele o ajudaria em sua vingança, mas acho que ninguém - incluindo Vlad- perceberam esse último e pequeno detalhe haha.
Nesse ponto fica evidente o quão longe o amor pela mulher e o filho o levaram, por mais difícil que fosse ele suportou as tentações e tentou ser o melhor que podia nesses três dias, mas muitas coisas aconteceram, e sua própria Consciência (Mirena) o leva a romper com o plano inicial, pois nada deu tão certo como se esperava. É tão intenso que se você se deixar levar pelo filme, você é quase capaz de imaginar e sentir o que o Lorde Empalador (Vlad) sente e vive.
Ou seja, recomendo que assistam, porque é emocionante e apaixonante, não sou muito fã desses contos e histórias de terror, mas essa me fisgou, e foi por um conjunto de fatores, não só pelo bonitão do ator.
Aqui segue o trailer para quem ficou curioso, e para quem se interessou. Lembrando que o diretor dessa grande obra é o Gary Shore, e os roteiristas (segundo informações que andei procurando, se estiver errado, me corrijam por favor) Matt Sazama e Burk Sharpless. Parabéns, mandaram muito bem.
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